sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O CASARÃO DA FAMÍLIA ALCÂNTARA - LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA BA

       Casa de Deoclides Alcântara - Não se sabe a data e por quem foi construída. Por suas características tipológicas parece tratar-se de uma construção de meado do século XIX. Seu proprietário mais antigo e provável construtor foi o Cônego Tibério Severino Rio de Contas que, ao falecer, deixou o imóvel para suas irmãs: Cândida Lira da Paixão, Rita e Flora. Deoclides Alcântara a adquiriu em mãos das herdeiras do padre.
        Segundo descrição do IPAC (Inventário de Proteção do Acervo Cultural) realizada em 1980 o edifício tem planta retangular com anexos de serviços na parte posterior. O corpo principal é recoberto por telhado em duas águas. Seu aspecto atual é resultante de transformações sofridas no início do século XX, quando as fachadas principal e lateral esquerda foram adaptadas ao gosto neogótico.
       Na fachada principal existe uma porta central, ladeada por dez janelas, até 1980, guarnecidas por caxilharia em guilhotina. Uma curiosa platibanda gradeada arremata o frontispício. A fachada posterior mantém o aspecto primitivo da casa com portas e janelas de vergas retas, guarnecidas também por caxilharia em guilhotina.
Interiormente, o Casarão dos Alcântaras possui ainda, digno de nota, uma escada helicoidal, semelhante a do sobrado da Prefeitura, que dá acesso ao sótão; dois quartos e uma sala assoalhada, com pisos nos demais cômodos do corpo principal. O anexo de serviços é pavimentado com lajões de pedra, extraída da serra próxima. Os cômodos, voltados para a praça, possuem forro em madeira com abas.          
Ornamenta a residência um rico mobiliário que não se sabe por que milagre não foi disperso entre herdeiros ou vendido para antiquários e colecionadores. Além de uma cama que teria pertencido ao Barão de Vila Velha, Joaquim Augusto de Moura, existe nas duas salas principais mobílias austríacas do século XIX, lustres franceses e espelhos policromados. Dentre as alfaias sobressaem imagens em madeira também policromadas e todo um vestuário inglês em moda no início do século XX nos sertões de Rio de Contas, curiosidades que todo museu gostaria de exibir.
Parte de traz do Casarão
Com exceção do Solar da Lagoa, residência do Senador Tanajura, não existia outra casa em Livramento com mais conforto e luxo do que a casa do Coronel Deoclides Alcântara. Nas noites de Natal e Ano Novo, sua fachada e interior eram esplendidamente iluminados a carbureto, ocasião em que se franqueava ao público a visitação ao presépio, armado na sala principal.

Fonte: Livro História de Livramento - a terra e o homem

Autor: Mozart Tanajura

IGREJA NOSSA SENHORA DA SAÚDE - JUSSIAPE

IGREJA  NOSSA SENHORA DA SAÚDE


Fonte: Família Assunção. 1920

 Fonte: Família Assunção. 2007

Localizada na Praça Coronel Rodrigo Alves do Município de Jussiape-Ba que, se encontra inserido na Região Sudoeste da Chapada Diamantina e localizado sobre as Coordenadas Geográficas de latitude a Sul  13° 30'  33" e a longitude oeste 14° 35' 33" (CEI, 1994) se encontra esta importante construção. Sua edificação ocorreu por mão-de-obra escrava por volta do período de 1850 - 1869 em alvenaria de barro (adobe) e, apresenta paredes com aproximadamente 80 cm de espessura. Possui o piso da nave com cobertura de tijolos de alvenaria cujo acesso se encontra disponível por três entradas frontais e quatro laterais sendo que duas destas dão acesso à capela-mor. São compostas por portas todas em madeiras que demonstram a beleza arquitetônica de sua história.
Atualmente, o prédio passou por reformas organizadas pela comunidade local e o Padre da mesma, não sendo esta a única reforma de sua existência.


                                                                 Fonte: Familía Assunção.

                                                                   Fonte: Familía Assunção.

                 Em sua capela-mor encontra-se um altar confeccionado em madeira e composto por imagens esculpidas em madeira e gesso. Este foi encomendado a Coroa Portuguesa no ano de 1866 e é o único do Brasil. Sua estrutura demonstra o estilo Neoclássico da coluna de São Pedro de Roma ( BAHIA, 1920).
Ao centro encontra se a imagem de Nossa Senhora da Saúde (Padroeira da comunidade local), esculpida em madeira ladeados por outros:Santa Terezinha, Coração de Jesus e dois Anjos.

                                                                Fonte: Familia Assunção.

Vindo de Portugal para Salvador de navio este altar passou por um longo e demorado percurso até o Porto de Salvador. Apartir desta localidade foi deslocado a lombo de burro(tropa) meio de transporte da época  para Vitória da Conquista e de mesmo modo para Jussiape.
Na sacristia encontram-se sepulturas de pessoas da comunidade desde o início do século XX.

    Fonte: Monografia - Soraia Assunção 

SOBRADO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA-BA

       Não se sabe a data precisa que foi construído. Segundo Mário do Carmo Tanajura que deixou um livro de tabelião com várias notas histórica, teria sido construído pelas irmãs Castro Coelho pelos anos de 1850 a 1860, entre elas, a senhora Antonia Francisca de Jesus Coelho, que se casou com o médico e político baiano José de Aquino Tanajura. O sobrado, conhecido até 1942, como Sobradão dos Tanajuras, data em que foi vendido a Prefeitura Municipal de Livramento de Nossa Senhora, segundo contava a minha avô, Egmídia Rosa Tanajura, teria sido construido em oposição ao outro Sordo, já edificado um pouco mais adiante, próximo à Igreja Matriz. Quando Antônia Francisca se casou com o Dr. Tanajura, em 1861, suas irmãs doaram suas partes ao casal. Com a morte de Dr. José de Aquino Tanajura ocorrida em 1918, o imóvel passa para seus filhos, que o vendem à Prefeitura em 1942.
       Segundo o Inventário do IPAC, já citado, cujo texto nos servirá de base no conhecimento do nosso patrimônio arquitetônico, o Sobrado da Prefeitura é um edifício de relevante interesse. Possui corpo retangular recoberto em quatro águas e um apêndice posterior com coberura em duas águas, que se abre para o pátio de serviços. Devido à declividade do terreno, o corpo principal se desenvolve em três níveis: porão, que ocupa 50% da projeção do edifício, térreo e pavimento nobre.
       O anexo, que abrigava a Cadeia, tem dois níveis, que correspondem ao porão e térreo do corpo principal. O frontispício é flanqueado por cunhais, tendo nove portas, superpostas por igual número de janelas. Dizem que estas portas e janelas foram confeccionadas pelos escravos do Barão de Vila Velha, Joaquim Augusto de Moura. Todos os vãos possuem marcos a madeira e terminações em arcos plenos. Nas outras fachadas só os vãos do pavimento nobre têm esta forma, enquanto os demais apresentam vergas retas.
       Até a década de 60, a água do telhado era recolhida em calhas artisticamente trabalhadas, para evitar a umidade ao pé das paredes. Estas até certa altura do andar térreo foram levantadas pelo processo de taipa de pilão. Dai para a frente, são de adobes.
       O interior do edifício é simples e despojado de qualquer forma artística, a não ser uma escada helicoidal em madeira, que dá acesso ao sobrado propriamente dito.
       O piso do porão é em terra batida e lajota de barro cozido. O teto é forrado pelo tabuamento do pavimento superior. Originariamente, o sobrado era de uso misto de residência e comércio, transformado em edifício público na década de 40. Foi, durante muito tempo, residência da família do Dr. José de Aquino Tanajura. Este com seus filhos residiam em outra casa espaçosa no sítio Bom Jardim de São José onde passavam a maior parte do tempo. Só permaneciam na Vila durante os dias festivos, geralmente nas festas de fim de ano ou da padroeira da cidade. Então, nestas datas, escancaravam-se portas e janelas, a Vila se movimentava com carros de bois em forma de gôndolas e cavaleiros bem ajaezados, vindo das fazendas.
Fonte: Livro História de Livramento - a terra e o homem - Autor Mozart Tanajura.