quinta-feira, 30 de maio de 2013

HERANÇAS MEDIEVAIS REGIONAIS


UMA BREVE HISTÓRIA DO CARNAVAL NO BRASIL


No Brasil, o Carnaval foi introduzido pelos portugueses. Seu nome era entrudo-palavra que vem do latim introitus e que designa as solenidades litúrgicas da Quaresma. O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. O Carnaval daqui foi, até a metade do século XIX, uma festa de muita sujeira e molhação

Os escravos a festejavam sujando-se uns aos outros com polvilho e farinha de trigo, ou espirrando água pelas ruas com o auxílio de uma enorme bisnaga de lata. As famílias brancas, refugiadas em suas casas, brincavam o Carnaval fazendo guerras de laranjinhas-pequenas bolas de cera que se quebravam espalhando água perfumada, ou então, jogando de suas janelas um líquido não tão cheiroso na cabeça dos passantes. Por isso as pessoas evitavam sair às ruas durante os dias do entrudo. Isso fez com que os bailes de máscara, realizados apenas para a elite durante o Primeiro Império, e, a partir da década de 1840, para a classe média, fizessem muito sucesso. Nesses bailes, que eram pagos e feitos em teatros e hotéis do Rio de Janeiro, não se dançava o samba, mas sim o schottische, as mazurcas, as polcas, as valsas e o maxixe, que era o único ritmam genuinamente nacional. Somente em 1869, quando o ator Correia Vasques adaptou a música de uma peça francesa e deu para essa adaptação o nome de Zé Pereira-mesma música que é cantada até os dias de hoje, apareceu a primeira música de Carnaval. Até então, todas as músicas eram instrumentais ou em outro idioma. O carnaval da rua, entretanto, quase não existia. Tudo à custa da violência que tinha o entrudo.

Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem europeia.



Fonte:globotv.globo.com




História das marchinhas de carnaval

Marcha de Carnaval, também conhecida como "marchinha", é um gênero de música popular que foi predominante no carnaval dos brasileiros dos anos 20 aos anos 60 do século XX, altura em que começou a ser substituída pelo samba enredo em razão de que as escolas de samba não queriam pagar os altos preços cobrados pelos compositores musicais. No entanto, no Rio de Janeiro, as centenas de blocos carnavalescos que anualmente desfilam durante o carnaval continuam, a cada ano, lançando novas marchinhas e revivendo as antiga.
Foto: Will Assunção

A primeira marcha foi a composição de 1899 de Chiquinha Gonzaga, intitulada Ó Abre Alas, feita para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro. 

Um estilo musical importado para o Brasil, descende diretamente das marchas populares portuguesas, partilhando com elas o compasso binário das marchas militares, embora mais acelerado, melodias simples e vivas, e letras picantes, cheias de duplo sentido. Marchas portuguesas faziam grande sucesso no Brasil até 1920, destacando-se Vassourinha, em 1912, e A Baratinha, em 1917.

Inicialmente calmas e bucólicas, a partir da segunda década do séc XX passaram a ter seu andamento acelerado, devido a influência da música comercial norte-americana da era jazz-bands, tendo como exemplo as marchinhas Eu vi e Zizinha , de 1926, ambas do pianista e compositor José Francisco de Freitas, o Freitinhas.
A marchinha destinada expressamente ao carnaval brasileiro passou a ser produzida com regularidade no Rio de Janeiro, a partir de composições de 1920 como Pois não de Eduardo Souto e João da Praia, Ai amor de Freire Júnior e Ó pé de anjo de Sinhô, e atingiu o apogeu com intérpretes como Carmen Miranda, Emilinha Borba, Almirante, Mário Reis, Dalva de Oliveira, Silvio Caldas, Jorge Veiga e Blecaute, que interpretavam, ao longo dos meados do século XX, as composições de João de Barro, o Braguinha e Alberto Ribeiro, Noel Rosa, Ary Barroso e Lamartine Babo. O último grande compositor de marchinha foi João Roberto Kelly.

Fonte: noticiasderiodecontas.blogspot.com.br




Carnaval de Rio de Contas


http://4.bp.blogspot.com
Conforme registros encontrados no Arquivos Público Municipal de Rio de Contas, o carnaval riocontense teve início em 1913, ano em que foi organizado o bloco carnavalesco chamado de "Bloco do Avacalhamento", constituído por um grupo de pessoas que usavam máscaras com caras de vacas ou bois, confeccionados em papelão e cantavam versos do Avacalhamento, cuja conotação da letra era crítica e satirizava os costumes e a      política da época.   
 O carnaval de Rio de Contas é um dos mais disputados do interior do Estado. Considerada  como a  Cidade Baiana da Cultura, todos os anos milhares de foliões lotam o Centro Histórico da cidade na Praça Esaú Pinto (antiga Praça Senador Tanajura). 

Fonte: Arquivo municipal/riodecontas 




FEIRA LIVRE DE LIVRAMENTO






A grande feira livre de Livramento é uma das maiores do sertão da Bahia
A feira-livre, que se realiza aos sábados, em Livramento de Nossa Senhora, é considerada a maior do sertão baiano. Tem, praticamente, de tudo. De produtos piratas a remédio caseiro para cura da impotência sexual. Claro, porém, que seu forte são os alimentos, frutas, hortigranjeiros e o mercado de carnes. Há uma variedade enorme de bolos, doces, incluindo a tradicional rapadura, mel de abelha, farinha. Existem barracas que vendem produtos de supermercados, calçados, roupas, utensílios para cozinha e uma enormidade de quinquilharias.
Em sua maioria, os produtos são muito atraentes, de boa qualidade e originários do município, embora haja muitas mercadorias vindas de outros municípios e até de outros estados, como os industrializados. É uma grande feira! Mas seu principal atrativo são os preços, principalmente dos cereais e hortifrutigranjeiros produzidos na região. Ela funciona dentro e em volta do Mercado Municipal, expandindo-se por ruas adjacentes, a partir da Praça João Marques de Oliveira, antiga Aloísio Short, no centro da cidade.
Fizemos um giro pelo local e ouvimos alguns dos feirantes mais antigos, que foram unânimes em afirmar que é uma boa feira. Houve até quem testemunhasse, por conhecer outras na região, ser a Feira de Livramento a maior e melhor do sertão baiano. Isso é mais uma prova de que o município transformou-se, de fato, em pólo comercial e econômico da Chapada Diamantina. Mas houve também uma opinião unânime: a feira precisa ser mais bem organizada.
Fonte: mandacarudaserra.com  




Melhor que o “Viagra”
A outra atração da feira é Maria Aparecida Rosa dos Santos, a “Cida”, que há cinco anos, segundo ela, vende uma infinidade de remédios caseiros, como pomada indiana, quina, catuaba, noz moscada. “Para que serve a catuaba?”, perguntamos só para provocar. Ela ri muito, antes de começar a responder. “Catuaba serve ... (não se controla e volta a rir novamente, até conseguir completar a frase, envergonhada)... serve para sexual”. 
Exigindo uma explicação para objetiva, insistimos: “Faz o que com o sexo?”. Mais relaxada e sem qualquer vergonha, responde, na tampa: “Aumenta a tesão”. Não perguntamos mais nada. Mas ela garante que “é melhor que viagra”, acrescentando que é o produto que ela mais vende, seguido da pomada japonesa, casca de sucupira e a semente de imburana. Sobre a feira, é categórica: “A feira é muito boa!”. E, para melhorar, sugere: mudar a cobertura do barracão que tem goteiras e também colocar um tambor para recolhimento do lixo.
 Fonte: http://www.youtube.com





A LITERATURA DE CORDEL


    
(...)
Entrego agora pra todos
O meu singelo cordel
Falei da vida do povo
Do escravo ao coronel
Construindo esta terra
Em paz e sem fazer guerra
Fizeram o seu papel.


Quem quiser fazer melhor
Que venha aqui escrever
Trabalhar e pesquisar
Queimar pestana a valer
Contar a vida do povo
Desmanchar, fazer de novo
.





A professora Ester Lígia Machado Almeida lançou no dia 21, no Centro Diocesano de Livramento, o seu sexto livro de cordel, intitulado “Livramento de Nossa Senhora – Oásis do Sertão Baiano”, publicado com o apoio cultural da prefeitura municipal.
Segundo a autora, a obra trata da história e da memória do município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, desde sua fundação e colonização, mostrando as tradições locais, cultura, economia, filhos ilustres, famílias e os modos de viver e fazer do seu povo.
Acrescentou que o trabalho faz parte do “Projeto Um Cordel Para Livramento”, classificado em 6º lugar na seleção local e 82º na etapa nacional do “Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel – Edição 2010-Patativa do Assaré”, promovido pelo Ministério da Cultura.
O “Encontro Literário” em que se deu o lançamento teve, ainda, a “Exposição de Arte em Papel Machê”, do artista plástico Pedro Souza, de Rio de Contas. Ele possui vasto e elogiado acervo, destacando-se bonecos gigantes e as tradicionais máscaras utilizadas no carnaval.
Ele começou a carreira em 1987 e já possui obras espalhadas pela maioria das cidades da Chapada Diamantina, além de cidades maiores como Vitória da Conquista e Salvador. Em Livramento, ele presta orientação técnica aos integrantes do Pró-Jovem e do CAPS.
 




  

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

SINTESE DO TEXTO HISTORIA EM MIGALHAS – François Dosse



Em seu texto Dosse aborda de forma oportuna e desmistificadora sobre um importante “movimento”, iniciado em janeiro 1929 por Bloch e Febvre com o lançamento de uma revista. A partir da existência desta revista e das revoluções que o período pós-guerra gera, novas e importantes contribuições surgem para a historiografia naquela atualidade passando a construir o que posteriormente passa a ser chamada de “história nova”. Segundo o autor este “movimento” não só foi importante só para os estudos históricos, mais também, para a formação profissional dos historiadores, visto que a filosofia deste “movimento” baseava-se em uma historiografia com novas abordagens metodológicas. Segundo ele ”... passamos insensivelmente da biografia dos grandes heróis da história ... para as biografias dos heróis obscuros do cotidiano” (Dosse, p. 15).
Segundo Dosse, as quebras dramáticas da economia capitalista, a qual se encontrava mergulhadas na deflação, na recessão e no desemprego, que atingia em escala mundial, colocam a ideia de progresso relacionada ao acúmulo de bens matérias em questionamentos. É neste cenário que a revista desloca seu olhar dos aspectos políticos para os aspectos econômicos e ganhando assim crescimento evolutivo como em suas palavras cita “a economia torna-se o aspecto pelo qual a sociedade dos anos 20 e 30 se pensa, e é nesse ambiente que a revista de história econômica e social  de Marc Bloch e Lucien Febvre vai evoluir como peixe dentro d`água” (Dosse, p. 22).
Ainda neste começo de século um outro pólo impulsionador com vitalidade particular surge na França; uma disciplina tradicionalmente próxima dos historiadores – a geografia vidaliana de Pierre Vidal de La Blache que também se consagra na reação contra o positivismo da escola historiográfica tradicional pretendendo eliminar em sua literatura a ênfase ao mero acontecimento, ao fato político. Esta nova visão geográfica vidaliana busca fixar-se no tempo atual e interessa-se por tudo que se mantém no presente, pelas permanecias de tudo que formam nossas paisagens valorizando o “meio”, o “modo de vida”, “o quotidiano”. Tendo o homem como seu objeto principal a geografia vidaliana retratada de forma descritiva, caracterizar-se como a ciência dos lugares, das paisagens, dos efeitos visíveis sobre a superfície terrestre, dos diversos fenômenos naturais e humanos. Para ela o homem humaniza a natureza ao mesmo tempo em que se dá à naturalização. A geografia neste período ganha terreno por participar de numerosos comitês de projetos de investimentos estatais. Esse elo entre eruditos e o poder gera trabalho de campo e beneficia uma geografia que responde à demanda social, enquanto que a história nesses anos encontra-se totalmente desvinculada do presente. Com a criação em 1941 do concurso de ingresso à carreira universitária de geografia a progressão dos geógrafos é consagrada. Em 1914 calculava-se que havia 01 professor de geografia para 05 de história. Em 1938 essa proporção passa para 01 para 03. Percebe-se neste período uma forte crise no ofício de historiador que só consegue ganhar novas perspectivas a partir da observação da própria revolução do espírito científico a partir do surgimento das novas teorias que surgem no meio cientifico como: a cinética dos gases, a mecânica einsteiniana e a teoria dos quanta que alteram profundamente as ideias cientificas. Neste cenário a pesquisa histórica tem como base a teoria das probabilidades. Lucien Febvre e Marc Bloch tentam substituir a história geral tradicional por uma história experimental onde o conhecimento é mediado por estudos de caso.
Segundo o autor a Escola metódica defina seus métodos redigidos por Charles Langlois e Charles Seignobos em 1898. Segundo o guia destes estudantes a história apresenta-se como instrução cívica. Unidos nesta ação estes dois historiadores definem quatro etapas da pesquisa histórica. Em primeiro lugar o historiador deve reunir os documentos e classifica-los. Em seguida deve-se proceder a crítica interna dos mesmos e depois por dedução ou analogia esforçar-se para encadear os fatos preenchendo as suas lacunas organizando-os em uma sequência lógica.
Na escola historicizante um, autor de grande destaque é Ernest Lavisse que tem por objetivo unir a comunidade nacional contra a população alemã. Segundo ele a história é um apelo, um antegozo da mobilização geral. Ela deve fortificar um estado de espírito guerreiro, resgatar os traços construtivos do superego nacional. “Se os alunos não carregarem com sigo a lembrança viva de nossas glórias nacionais, se não souber que seus ancestrais combateram em mil campos de batalha por causa dos nobres, se não souber que custou sangue e esforços fazer a unidade de nossa pátria e em seguida resgatar do caos de nossas instituições envelhecidas, as leis que nos fizeram livres; se não se tornar cidadão compenetrado de seus deveres e o soldado que ama seu fuzil, o professor primário terá perdido seu tempo”.     
Segundo os geógrafos a empresa de Febvre ameaçava os rumos da geografia, no entanto, segundo o autor, esta “partida já estava ganha antes de começar, pois a escola geográfica já se encontrava em declínio”. Neste acirramento competitivo os Annales foram bem-sucedidos, pois buscaram para defesa de sua bandeira um agrupamento entre as diversas ciências humanas existentes. É a partir destes Acirramentos que ela se define como escola. 

Em suma este movimento dividiu-se em três fases distintas: sendo a primeira, iniciada em 1920 e liderada por Lucien Febvre e Marc Bloch. Esta se estendeu até o ano de 1945, sendo caracterizada pelos embates contra a História tradicional, a história política e a história dos eventos de 1946 indo até o ano 1968. Na segunda, os embates questionam seus conceitos de estrutura e conjuntura e acabam por aproximar-se muito, segundo Burke, de uma escola, com novos métodos e propostas para a constituição de uma História serial e de longa duração. A terceira que se iniciaria por volta do ano 1968, não sendo precisamente considerada a última, liderada por Jacques Le Goff e Georges Duby, é marcada pela fragmentação onde alguns de seus membros transferiram-se da história socioeconômica para a sociocultural, enquanto outros estão redescobrindo a história política.


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